Reunidos na Sala de Reuniões da Prefeitura Municipal de Prudentópolis, representantes do Poder Executivo e Legislativo Municipal, junto com técnicos da Sanepar, voltaram a discutir a grave questão que vem se verificando em Prudentópolis relacionada ao abastecimento de água tratada e coleta de esgotamentos sanitários. Neste novo encontro, representantes da Sanepar anunciaram investimentos aprovados pelo Governo Federal, através do Ministério das Cidades, inclusos no PAC-2, para Prudentópolis, que prevêem projetos de ampliação na rede de abastecimento de água tratada e coleta de esgotamentos sanitários, os quais devem ser superiores a R$ 5 milhões de reais até o final de toda a etapa, que deve ser entregue num prazo de 18 meses, após as contratações. Serão R$ 2,2 milhões em investimentos de água tratada e R$ 2,7 milhões em tratamento de esgotos, envolvendo a construção de mais dois reservatórios de água tratada, ampliação da rede de bombeamento e adutoras, distribuição, dentre outros pontos. Com relação a esgotos, implantação de oito quilômetros de rede coletora, ligações a mais regiões, estação de tratamento, elevatórias, alcançando a 85 por cento de cobertura das residências. Esse índice ultrapassa o recomendado pela OMS, que é de 65 por cento de servidão mínima de rede coletora de esgotos.
Estiveram presentes o prefeito municipal Gilvan Agibert, o presidente da Câmara Municipal Vereador Canderoi Mainardes Filho, os Vereadores Bores Beló, Luciano Marcos Antonio, e Júlio César Makuch, além de secretários e assessores municipais. Da Sanepar, participaram Marco Antonio Cenovicz, Gerente da Unidade de Serviços, Projetos e Obras da Região Sudeste; Luiz Fernando Wagner, Gerente Regional de Ponta Grossa e Jeanne Saldanha, Coordenadora de obras da Macrorregião de Ponta Grossa. Durante o encontro, a gerência da companhia enfatizou que, desde a reunião realizada no início do ano, sobre este mesmo problema, com os representantes locais, foram traçadas três metas emergenciais para tentar suprir o abastecimento até a chegada do pico do verão. Segundo Luiz Fernando Wagner, “atualmente há um déficit no abastecimento e não se tem como produzir água na quantidade necessária para atender todas as ligações existentes na cidade, com a chegada do pico do verão”. Hoje, segundo ele, o sistema existente de bombeamento, adutora e tratamento está trabalhando em cem por cento, no limite máximo, sem qualquer possibilidade de ampliação. Enquanto o consumo, segundo os registros, chegou a ser trinta por cento maior, por ligação, no verão passado. Isto, em virtude de a tarifa subsidiada e calor acima da média, como se registrou nos termômetros.
Na última reunião, no início deste ano, três alternativas foram propostas: perfuração de um poço artesiano, que não deu qualidade e vazão adequada; contratação de uma obra de ampliação emergencial, até a chegada do verão, com instalação de duas bombas em série para captação, 4,5 quilômetros de rede adutora, sendo 1,5 quilômetro de tubos de ferro, com alto valor; e, por fim, a implantação de uma Estação de Tratamento de Água Metálica, para complementar o sistema atual, a qual foi deslocada de Cruz Machado para cá e já se encontra em fase de montagem. Serão mais de R$ 820 mil a serem investidos com recursos próprios, nesta etapa emergencial. Além disso, também foi assinada a obra, para iniciar já em 2011, de construção de mais um RALF, na Estação de Tratamento de Esgotos Matadouro, ampliando a capacidade atual de tratamento de dejetos, num investimento de R$ 1,2 milhão.
Esta obra emergencial, cuja conclusão deve acontecer até fevereiro de 2011, deve ampliar o fornecimento de água tratada dos atuais 45 para até 60 litros por segundo, o que deve suprir o abastecimento e evitar interrupções no fornecimento, e dará um lastro para a companhia implantar a obra definitiva de ampliação, que deve suprir a demanda local por até quinze anos. Esta meta, tem como base os índices de crescimento de ligações registrados nos últimos anos na cidade. A questão da água e esgotos tomou proporções alarmantes nos últimos tempos com interrupções constantes no abastecimento de água, nos dias mais quentes e em regiões mais altas da cidade, gerando grande preocupação à população. Aliado a isso, há casos de esgoto a céu aberto em algumas regiões, e problemas de mau cheiro na região da Estação de Tratamento de Esgotos Matadouro, em Vila Mariana. O caso já vem sendo discutido há muito tempo pela Prefeitura, Câmara Municipal e Sanepar, com diversas movimentações a respeito. Inclusive, uma Comissão Especial foi criada pelo legislativo, para levantar todos os detalhes a respeito e emitir parecer, o qual foi enviado, recentemente, à própria Sanepar, Ministério Público, IAP, Governo do Estado e Prefeitura Municipal. Até mesmo uma Ação Civil Pública foi movida pelo Ministério Público contra a Sanepar, questionando a cobrança da taxa de coleta de esgotos, a qual encontra-se em julgamento no Tribunal de Justiça da Capital do Estado.