PROJETO DE LEI Nº 021/2024

 

 

 

                            AUTORIA : VEREADOR MAURÍCIO BOSAK

 

 

SÚMULA: “Denomina via pública ainda sem denominação, localizada na sede da comunidade de Linha Bracatinga, de Rua Basílio Puretz, e dá outras providências”.

 

O POVO DO MUNICÍPIO DE PRUDENTÓPOLIS, ESTADO DO PARANÁ, POR SEUS VEREADORES NA CÂMARA MUNICIPAL, APROVOU E EU PREFEITO SANCIONO A SEGUINTE

 

LEI

                                               Art. 1º - Denomina via pública principal localizada na sede da comunidade de Linha Bracatinga, de “RUA BASÍLIO PURETZ”, a qual ainda não possui denominação oficial;

                                      Art. 2º. A Prefeitura Municipal através do setor próprio providenciará a inscrição "RUA BASÍLIO PURETZ", em placa própria, com afixação da mesma em pontos da referida via pública, comunicando familiares do homenageado e demais interessados.

                                      Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

 

                                              

                                               Sala do Plenário, em 09 DE SETEMBRO DE 2024.

 

 

                                              

 

 

                                               VEREADOR MAURÍCIO BOSAK

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                               JUSTIFICATIVA:

 

 

Miguel Puretz Filho relata no livrete “Os Puretz no Brasil” – alguns fatos que fizeram parte da vida de Basílio e Miguel Puretz, bem com a árvore genealógica até a quinta geração, e também resgatar a memória dos pais da primeira geração brasileira dos Puretz – incluindo, como não poderia deixar de ser, o patriarca Bazílio Puretz, que veio da Ucrânia, Galícia, (aldeia Tchernilevka, distrito Skalat), Província de Ternopil, em 1896, com a esposa e seus dois filhos: Basílio, nascido em seis de maio de 1896 e Miguel, em quatorze de maio de 1890. Bazílio nasceu em 1855, vindo a falecer no Brasil, na Linha Outubro, Prudentópolis, Paraná, em 1908.

Basílio Puretz, irmão mais velho casou-se três vezes. Tendo ficado viúvo duas delas. Foram suas esposas, Emília Saiewich, Anna Ternivska e Maria Brohomereski. Não teve descendentes.

Gostava de projetar-se. Tinha um temperamento inquieto, homem sagaz, empreendedor, sociável, inclusive, era rodeado de muitos amigos, como padres, políticos, homens públicos etc. Miguel Filho, possuía um relacionamento relativamente equidistante, pois tinha um temperamento um tanto rebelde naquela fase da vida, contudo, tinha um relacionamento mais próximo com sua tia Ana, esposa de Basílio, qual trocava confidências e expunha seus problemas de garoto.

Basílio dedicou-se também em determinada época à hotelaria (teve hotéis em Prudentópolis, Barra Grande, Bracatinga e anteriormente havia gerenciado um em Guarapuava) e cinema.

Basílio e Miguel foram sócios na atividade de beneficiamento de erva-mate, um dos principais produtos de economia de Prudentópolis, seu empreendimento dava bons resultados o que lhes proporcionou certo destaque em sua região.

Os Irmãos Puretz optaram pela instalação de um telefone a manivela, no qual os fios da rede que o ligavam eram fixados em árvores no caminho, - como pinheiros -, através de isoladores. Sem dúvidas, era o melhor “poste vivo” para colocar um isolador. Além de servir para comunicar assuntos de erva mate, também se utilizava para informar ao hotel sobre a vinda de pessoas para o almoço ou jantar.

Houve momentos difíceis, como quando faliram para honrar compromissos com os fornecedores de erva-mate, e outros bons, quando se recuperaram da falência, os irmãos Puretz, eram bons líderes, tinham bom senso, e por isso eram ouvidos e respeitados pela comunidade. Foram convidados pelas autoridades, que desempenhassem nos locais que residiam, o cargo de Inspetor de Quarteirão, representando o Delegado de Polícia nos impasses havidos entre as pessoas.

Os Irmãos Puretz, propuseram e a construíram no município, a ponte sobre o Rio São João, visto a necessidade de receber os fornecedores para beneficiamento de erva-mate, uma vez que seus cavalos, nervosos, temiam a travessia, ocasionando muitas vezes sérios danos ao carroceiro.

É importante ressaltar, sobre a iluminação elétrica, que já não era algo comum, quanto mais no interior. Contudo, como Sr. Basílio era uma pessoa de mente inquieta, estava sempre buscando inovar, então decidiu construir uma usina de luz para abastecer sua casa, e como de praxe, conseguiu. Construiu três e então tinha sua própria luz elétrica. A iluminação durava até as 22h00 horas ou em tempo de chuva até meia noite.

Antes disso ainda, também adquiriram o rádio, cada um o seu, gostavam de ouvir noticias sobre a 2° guerra mundial ou acompanhar novelas, os vizinhos reuniam-se a noite para admirar tal objeto, as pessoas até se vestiam melhorar para apreciar o momento.

Na grande depressão de 1929, que derrubou a bolsa de valores de Wall Street e as do mundo inteiro, a economia afetou a todos, inclusive a empresa dos irmãos Puretz, que quebrou ao cumprir os compromissos assumidos na compra da erva mate de seus fornecedores, sem poder vender adiante o produto beneficiado. Então Basílio, com o fim da firma, teve que se mudar para Barra Grande onde construiu uma casa provisória, e por volta de 1934, liderou a construção de uma escola em área de sua propriedade que serviu de aprendizado para diversas gerações naquele local.

Naquela época, um dos elos que mantinha unido o povo ucraniano, era a fé. Basílio ergueu uma igreja no lugar onde morava, em Bracatinga. Uma igreja de madeira cuja hoje, é de alvenaria, onde a

 

 

 

 comunidade se reúne para ir a missas ou participar de atos religiosos. Inclusive, instalou a energia elétrica na sede da mesma, possibilitando atividades religiosas a qualquer horário, graças a essa melhoria.  Ao lado da igreja, jazem no cemitério vários membros da família Puretz, inclusive seu idealizador e seu irmão Miguel.

Por fim, e não menos importante, os filhos, cada um com sua própria personalidade: alguns mais cuidadosos outros mais traquinas. Tia Ana também foi uma presença marcante na família, conhecida por sua dedicação merece registro de quanto foi importante para a construção da geração dos Puretz atualmente.

Uma jornada heroica e de muitos sacrifícios visto que sequer conheciam a terra aonde viriam a construir um lar, tendo chegado por via marítima a Santos ou a Paranaguá e se dirigido a Prudentópolis, onde não havia estrutura adequada para recebê-los. Apesar de todos os contratempos, conseguiram prosperar e por isso não devemos esquecê-los, foram exemplos de vida, honra e dignidade.